Trombose após viagens prolongadas eventualmente são notícia por sua ocorrência em pessoas de grande poder midiático.
O que pode causar?
Os estados de repouso prolongado, como experimentados em uma viagem, internações prolongadas, repousos pós-cirúrgicos, são refletidos na circulação venosa como uma diminuição do afluxo de sangue de volta ao coração.
Isso porque um dos fatores de grande importância para a circulação de retorno é a contração dos músculos da panturrilha, que funcionam como um "segundo coração" por provocarem a ejeção do sangue durante cada contração.
Como resultado da lentificação da circulação de retorno temos o inchaço das pernas, mais comumente, e a formação de coágulos, que caracterizam a trombose venosa, cujo risco depende da combinação com outros fatores.
Qual é o grupo de risco?
Idade superior a 40 anos
Sobrepeso
Usuários de anticoncepcional
Fumantes
Gestantes
Parturientes até 6 semanas após o parto
Portadores de trombofilias
Portadores de varizes
Pessoas com história pessoal de trombose
Portadores de Câncer
O que fazer para evitar?
São várias as medidas para evitar a trombose venosa durante viagens prolongadas. Para isso é recomendável uma consulta com um angiologista que avaliará o risco individualizado de trombose e tomará as medidas adequadas.
Segue uma lista de medidas gerais que todos devem tomar durante viagens prolongadas:
Não usar roupas e calçados apertados
Não colocar bagagens embaixo das poltronas (restringe o movimento das pernas)
Não ficar imóvel na poltrona.
Mudar de posição com freqüência (facilita a circulação do sangue)
Evitar cruzar as pernas (dificulta a circulação do sangue)
Beber líquidos, como água e sucos (evita a desidratação)
Evitar o uso de soníferos
Evitar o uso de bebidas alcoólicas (podem causar sonolência e desidratação)
Usar um apoio para os pés, para facilitar os exercícios
Fazer exercícios com as pernas (movimentos de extensão, rotação e flexão dos pés)
Andar, sempre que isto for possível e seguro
Além dessas medidas gerais, o angiologista poderá prescrever meias elásticas, flebotônicos e anticoagulantes a depender do caso.
Meia elástica: age otimizando a contração da dos músculos da panturrilha e portanto estimulando a circulação de retorno, são usadas entre baixa compressão e média compressão
Flebotônicos: agem aumentando a tonicidade venosa, estimulando a circulação linfática e a circulação de retorno
Anticoagulantes: agem inibindo diretamente a coagulação e, em consequentemente, a formação de trombose. Como são medicações com potencial risco de sangramento, entre outros efeitos colaterais, são prescritas pelo angiologista em casos selecionados de comprovado alto risco de trombose
Autoria:
Dra Karolina Frauzino é Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e possui Título de Especialista em Cirurgia Vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Fonte: http://www.cives.ufrj.br
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