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  • Foto do escritorDra Karolina Frauzino

Minimizando o risco de Síndrome pós-trombótica

Atualizado: 13 de dez. de 2022


I


Imagina só:


Não bastasse de uma hora para outra você receber a notícia de que há um vaso sanguíneo entupido na sua perna

Não bastasse saber que o tratamento dessa condição pode durar 3, meses, 1 ano ou até mesmo a vida toda

Não bastasse o vascular dizer que não sabe o que foi que causou a sua trombose


Para completar, você ainda tem que conviver com dois outros riscos que possivelmente nunca ouvira falar e que podem te matar: embolia pulmonar e síndrome pós-trombótica.


É para arrancar os cabelos, né?!





Pois então, o artigo de hoje foi feito para explicar um pouco o que sobre essas duas complicações e te atualizar sobre o que temos de informação hoje para minimizar a chance de elas acontecerem.


A síndrome pós-trombótica


Para contextualizar:

Todas as vezes em que temos uma agressão e inflamação no corpo, temos a formação de uma cicatriz - na pele, nos órgãos e nas veias também.


A trombose causa uma agressão na veia comprometida e necessariamente há a formação de cicatriz naquela veia à medida que o coágulo vai sendo dissolvido pelo corpo.


Essa cicatriz começa a se formar em torno de 1 mês após a trombose e vai se modificando até 1-2 anos da doença. Após esse tempo, ela não mais se modifica e permanece daquela forma para sempre a menos que a veia sofra novo episódio de trombose.


Acontece que essa cicatriz pode ter diferentes comportamentos na veia:

  • Pode ser pequena a ponto de não atrapalhar significativamente o funcionamento daquela veia e mesmo nem aparecer no exame de Ecodoppler

  • Pode ser grande aponto de atrapalhar a função de bombeamento daquela veia, causando o chamado refluxo

  • Pode ser grande o bastante a ponto de ocluir totalmente aquela veia


O primeiro caso é o melhor dos mundos e não teremos a síndrome pós-trombótica.


Nos dois últimos casos, teremos a chamada síndrome pós-trombótica - uma sequela da trombose em que a circulação de retorno fica prejudicada por oclusão ou refluxo da veia que teve trombose.


E quais são os sintomas?


Aparecimento gradual, após o primeiro mês da trombose:

  • Inchaço na perna ao final do dia

  • Cansaço na perna ao final do dia

  • Escurecimento gradual e permanente da pele do tornozelo

  • Aparecimento de feridas na pele do tornozelo e que não cicatrizam

  • Aparecimento de varizes na perna da trombose

E como fazer para minimizar o risco de se ter a síndrome pós-trombótica?


Saber quais são os fatores que podem aumentar o risco de se ter a síndrome pós-trombótica.

Alguns desses fatores infelizmente estão fora do nosso controle, porém outros podem ser facilmente modificáveis.


Fatores de risco relacionados à síndrome pós-trombótica:

  • Comprometimento de veias maiores - veia poplítea, veia ilíaca, veia femoral

  • Sintomas intensos e persistentes

  • Refluxo valvar

  • Obstrução residual

  • Obesidade - IMC > 30

  • 2o episódio de trombose na mesma perna

  • Varizes primárias

  • Idade


Fatores que minimizam riscos de se ter síndrome pós-trombótica:

  • Uso de meia compressiva

  • Uso de DOACs

  • Tratamento anticoagulante precoce

  • Prevenir re-trombose


Fatores que não interferem nos riscos de se ter síndrome pós-trombótica:

  • Trombofilia

  • Sexo

 

Dra Karolina Frauzino é Angiologista em Brasília-DF, focada no tratamento de doenças venosas e linfáticas. Possui Título de Especialista em Cirurgia Vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e é Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Cirurgia.

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