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  • Foto do escritorDra Karolina Frauzino

Veias safenas retiradas podem fazer falta no futuro?



Essa dúvida está no top 10 dos consultórios de angiologia, incluindo o meu.


Paciente com varizes, cansaço e inchaço nas pernas faz o doppler que mostra refluxo das veias safenas e lá escuta aquela informação: precisa operar as veias safenas.


Endolaser, espuma ou cirurgia convencional, a dúvida é sempre a mesma: se eu retirar operar as veias safenas, elas podem me fazer falta no futuro?


Sem demora a resposta: NÃO.


A necessidade de se retirar as safenas se dá quando o angiologista percebe sinais de que aquela veia não está contribuindo com a circulação de retorno e que, pelo contrário, ela está atrapalhando e assim trazendo riscos de complicações futuras (trombose e ferida na perna).


Além disso, as veias profundas, que são responsáveis por 90% da circulação de retorno, conseguem se adaptar ao aumento de sangue que se dará com a ausência das veias superficiais, entre elas os vasinhos, as varizes e as veias safenas.



E a relação da veia safena coração?


Deixa eu explicar a relação da veia safena com o coração.


Quando temos entupimento de alguma artéria que irriga o coração, o chamado infarto, temos que agir rápido para não faltar sangue para um dos mais importantes órgãos do corpo. E isso pode se dar de duas formas hoje: colocando dispositivos tipo molas (os stents) dentro dessa artéria entupida para ajuda a recanalizá-la ou, em casos mais graves, substituindo essa artéria por outro vaso sanguíneo, fazendo uma ponte. Nesse último caso, o vaso mais utilizado é a veia safena - retiramos um pedaço da veia da perna e colocamos lá no coração - mas podem ser utilizadas outras veias também.


Cada pessoa tem quatro veias safenas, então as opções são muitas. Além disso, não retirar as veias safenas pensando em um dia ter infarto não é conduta que faça parte de qualquer recomendação médica.


Porém já deixo claro: retirar as veias safenas que estão normais para evitar doença no futuro também NÃO está indicado, pois além de essa ser uma cirurgia mais complexa e desnecessária naquele momento, não há qualquer comprovação que essa prevenção realmente aconteça.

 



Dra Karolina Frauzino é cirurgiã vascular, com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.



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